quinta-feira, junho 17, 2004

Estação

Uma andorinha contou-me!
Ela vem aí!
Saí e vi!
Senti-me um privilegiado!
Ela ainda não tinha chegado!
Mas eu já sabia primeiro.
Impaciente dirigi-me à estação,
Estava cheia de vida
com os que se preparavam para partir
e os que esperavam os que iam chegar.
Os que se iam embora choravam até à última por terem de ir.
Muitos dos que tinham de partir perdiam a última chamada no meio daquela confusão
e outros não conseguiam ir naquela altura porque não tinham lugar, era um pranto exasperante.
Sentia toda aquela panóplia sentimental,
Mas estava ali para esperar…
Olhava para longe numa esperança e inquietude por a sua chegada,
Mas, olhando para os que partiam sentia neles também a esperança do regresso.
Olhei até ao longe e vi uma luz entre a confusão.
Perseguia-a com o meu olhar tentando reconhecer-lhe os gestos, mas ainda estava longe.
Entretanto a estação ia se enchendo mais dos que esperavam, mas,
havia ainda quem teimasse em não ir e ia se deixando ficar para trás só para poder vê-la.
Então quando a luz se aproximou, vi que era um vestido azul celeste…
a confusão dispersava para a deixar passar, então, choraram mas de alegria
e estenderam-lhe um tapete colorido que se via com a luz do seu sorriso,
Abri os braços e abracei a minha Primavera!

Luis do Nascimento

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