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Entraste pela porta
dos desperançados,
daqueles que a vida
desfez em bocados.
Almas perdidas
que a vida atraiçoou,
criadas para o bem
mas que o mundo negou.
Pede uma bebida
e circula pelo bar,
ouve as histórias
de quem quer-te amar.
A média-luz revela
em todas as faces
a pura tela,
um chiaroescuro de sentimentos
onde o Amor se afoga
e perde o julgamento
dos sonhos perdidos
de quem não se achou,
mantidos na bebida
que não os secou.
Este universo agora é teu
no outro lado da porta
tudo padeceu,
amanhã outro dia virá,
colocarás a máscara funebre
e a hipocrisia reinará…
reinará…
reinará.
Até que a noite venha
e te desperte
quando por aquela porta entrares
e te liberte…
te liberte…
liberte…
desperte.