Silencio!
Ela canta o fado de um país que arde de ignorância
numa moral de mercearia em que a alma se finda,
revelando as cores da bandeira.
Oiçam!
As guitarras tocam num dedilhar ininterrupto 
melodias sufocantes
alimentadas pelo tilintar das moedas 
no chapéu do proxeneta,
cujo espirito se delimita 
numa cruz em fio d'ouro.
Vejam!
Como a vida é fugaz
aos olhos de quem não a vê…
Sintam!
que sentimento só existe com vida.
Luis do Nascimento
