terça-feira, abril 18, 2006

Time


“As horas passam marcando os momentos
Que se vão, que formam um dia monótono
Desperdiças e perdes as horas
De uma maneira descontrolada
Deambulando num pedaço de terra
Na tua cidade natal
Esperando alguém ou algo
Que venha mostrar-te o caminho

Cansado de te deitares na luz do sol
De ficar em casa observando a chuva
És jovem e a vida é longa
Há tempo de viver o hoje
E depois, um dia descobrirás
Que dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando correr
perdes-te o tiro de partida

Corres e corres para alcançar o sol
Mas ele está indo embora no horizonte
E girando ao redor da Terra para se levantar
Atrás de ti outravez
O sol permanece, relativamente, o mesmo
Mas tu está mais velho
Com o fôlego mais curto
E a cada dia mais próximo da morte

Cada ano está ficando mais curto
Nunca pareces ter tempo.
Planos que tão pouco deram em nada
Ou em meia página de linhas rabiscadas
Insistindo num desespero quieto
É a maneira inglesa
O tempo foi-se, a canção terminou
Pensei que tivesse algo mais a dizer”.

Pink Floyd

quarta-feira, abril 05, 2006

Lanterna dos afogados


Entraste pela porta
dos desperançados,
daqueles que a vida
desfez em bocados.

Almas perdidas
que a vida atraiçoou,
criadas para o bem
mas que o mundo negou.

Pede uma bebida
e circula pelo bar,
ouve as histórias
de quem quer-te amar.

A média-luz revela
em todas as faces
a pura tela,

um chiaroescuro de sentimentos
onde o Amor se afoga
e perde o julgamento

dos sonhos perdidos
de quem não se achou,
mantidos na bebida
que não os secou.

Este universo agora é teu
no outro lado da porta
tudo padeceu,

amanhã outro dia virá,
colocarás a máscara funebre
e a hipocrisia reinará…
reinará…
reinará.

Até que a noite venha
e te desperte
quando por aquela porta entrares
e te liberte…
te liberte…
liberte…
desperte.